GOLPE – Advogada bolsonarista leva calote de empresário aliado de Bolsonaro

A advogada alagoana Adriana Mangabeira acionou a Justiça após ser lesada, segundo ela, pelo presidente do PTB de São Paulo, o bolsonarista Otávio Oscar Fakhoury. ele e o também empresário Marcos Bellizia são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no inquérito das fake news — que apura o financiamento e a disseminação de notícias falsas e ataques contra ministros da Corte.

Eles são donos de offshores nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe. Fakhoury, alvo da CPI da Covid no Senado, também possui uma empresa sediada no Panamá, cujos ativos chegam a 3 milhões de dólares. “Todas estão dentro da lei”, diz ele, que apresentou comprovantes do Imposto de Renda à Pública. As informações constam nos Pandora Papers, arquivos inéditos analisados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

Em ação encaminhada à Justiça, a advogada, também bolsonarista, declarou que fez um contrato verbal emergencial de pedido de asilo político para Fakhoury e seus familiares. No entanto, ele conseguiu fugir do país sem avisar a advogada dando um calote nela. “Por ser medida de urgência, a contratação foi feita verbalmente, ficando a pactuação postergada para após as providências necessárias do protocolo inicial junto a OEA, pois o réu chorava muito e estava extremamente abalado e preocupado com a segurança de seus familiares. Ocorre que, após o protocolo do pedido inicial junto a OEA e o aceite bem sucedido, o réu se negou a colocar a termos a contratação, não entregou a documentação para a continuidade, ficando mudo, silente e, ainda, revogou, sem causa, os referidos mandatos”, contou.

Empresário Otavio Fakhoury admite que já financiou manifestações | CNN Brasil

E detalhou: “As condições do pactuado, verbalmente, detalharam os termos e condições para a concretização da referida proteção e, dentre outras estipulações, ficou acordado que o valor a ser pago pelos Réus, seria de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para a sua pessoa e de 130.000,00 (cento e trinta mil reais) por cada dependente/agregado”.

Muito embora fosse obrigação dos réus diligenciar para o fornecimento da documentação restante e providenciar os pagamentos dos honorários da autora, esses nunca foram apresentados ou pagos, mas, mesmo assim, a Adriana efetuou o peticionamento contratado, considerando a iminência de uma ordem de prisão, como ocorreu com o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson.

Foi então que a advogada ficou chocada ao descobrir que o réu havia se ausentado do país via Paraguai em voo fretado no jatinho PT-XGS que o levou até Foz do Iguaçu, de onde atravessou a fronteira. A autora soube, ainda, que o mesmo fez escala no Panamá, onde mantém contas bancárias, e, que retornou ao Brasil em voo da Copa – AirLines.

“A autora considera que durante a prática dessas irregularidades, o réu era seu cliente de direito e de fato e que as violações cometidas pelo réu macularam ou puseram em risco o bom nome profissional, pessoal e de família que a mesma ostenta, zela e preserva há décadas. Por essa razão, a Autora vem à presença desse MM Juízo para pleitear o Arbitramento de Honorários referente ao Contrato Verbal firmado pelas partes e o consequente pagamento do que for devido pelos réus”, diz a ação. O caso tramita sob número 0700539-22.2022.8.02.0001 na 5ª Vara Cível da Capital .

O valor cobrado de honorários pela advogada é de R$ 1,03 mi.

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