SEM NOVAS OPÇÕES – Hospitais municipais de São Paulo passam a adotar cloroquina no combate ao Covid-19

Medicamento poderá ser usado com prescrição médica e apenas com o consentimento do paciente

Foto: Divulgação

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), autorizou o uso da cloroquina na rede municipal de saúde para casos do novo coronavírus. Em coletiva ao lado do governador João Doria (PSDB), Covas afirmou que o medicamento poderá ser indicado se houver prescrição médica e se o paciente concordar com o tratamento.

O remédio, cuja eficácia ainda não foi totalmente comprovada, passa a incluir o protocolo oficial da Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com o prefeito, São Paulo já conta com um estoque de 6 mil cápsulas de cloroquina, suficientes para tratar mil pacientes. Ele ainda afirmou que foram encomendadas mais unidades do remédio.

“Ainda não é possível ser uma política pública porque não temos pesquisas concluídas. Mas, havendo prescrição do médico e concordância do paciente, a Secretaria Municipal de Saúde passou a integrar esse medicamento no protocolo de tratamento da covid-19”, declarou nesta quinta-feira, 9, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

Uso do medicamento

Apesar de as evidências em alguns estudos indicarem que a cloroquina pode funcionar em certos casos, há alertas sobre o risco de complicações causadas pela toxicidade da droga. Até o momento, nenhum produto farmacêutico se mostrou seguro e eficaz para tratar a Covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o uso da cloroquina combinado com o antibiótico azitromicina é uma das quatro combinações de medicamentos que estão em fase de testes em 74 países e cujos resultados são monitorados pela organização.

Atualmente, o uso no Brasil é autorizado pelo Ministério da Saúde somente em pacientes em estado crítico e também naqueles em estado moderado já internados nos hospitais, desde que médico e paciente concordem com o uso.

No Brasil, em 25 de março, o Ministério da Saúde liberou o uso em tratamento de pacientes hospitalizados com quadros graves. A liberação veio acompanhada da ressalva de que havia “lacunas no conhecimento” sobre a droga. Em 3 de abril, o ministério ampliou a indicação de uso também para casos moderados, quando os pacientes passam por atendimento hospitalar.

Na última terça-feira, 7, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a pasta não vai tomar medidas contra médicos que prescreverem a cloroquina para pacientes nos estágios iniciais da doença. “Se ele (médico) se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum. Ninguém vai reter a receita de ninguém”, disse o ministro.

Nesta quarta, 8, Mandetta reafirmou que não há orientação para o uso indiscriminado do medicamento. Ele lembrou que a maioria dos infectados não tem complicações e se recuperam sem problemas. E que entre os mais idosos, há risco de efeitos colaterais.

Ainda nesta quarta, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) retirou do seu site orientações sobre o uso da cloroquina. Agora, o site do CDC alerta que “não há drogas ou outros tratamentos aprovados pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) para prevenir ou tratar a Covid-19”.

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